Poemas, Batatas

A palavra, que define, bocas; a linha desenhada
Elimina as companheiras mais nebulosas e prospera, assassina,
Nas definições que imaginaram as linhas. 

Só pode assombrar. Iguais como batatas,
Pedras, sem consciência, a palavra e a linha
perduram,
Oferecidas em polegada. Não que sejam
grosseiras (embora 

Reflexões tardias a miúde as fariam mudar
Em delicadeza, equilíbrio), assim
Constantemente me enganam; de um 

modo ou de outro, ainda insatisfazem.
Intocada, sem pintura, a batata
Agrupa os seus nodosos olhos castanhos
numa vasta página superior; assim faz
a pedra onde não há corte.




The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath 
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

Mais poesia...

Carta de Amor

Senhora Lázaro

Solstício Móbil de Verão

Os Doentes Sociáveis