Eu Quero, Eu Quero

De boca aberta, o deus bebé
Imenso, careca, com cabeça de bebé,
Gritou pela mamilo da mãe.
Os secos vulcões racharam e cuspiram, 

A areia esfolou o lábio sem leite.
Chorei então pelo sangue do pai
Que deu tarefas à vespa, ao lobo e ao tubarão,
Que edificou o bico do pelicano. 

De olhos secos, o inveterado patriarca
Ergueu os seus homens de pele e osso,
Farpas na coroa de arame dourado,
Espinhos no caule da rosa ensanguentada.




The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath 
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

Mais poesia...

Carta de Amor

Senhora Lázaro

Solstício Móbil de Verão

Os Doentes Sociáveis