O Rosto Desvastado

Estranho como um circo, o rosto devastado
Desfila no mercado, sombrio e abatido
Por algum desgosto indizível,
Choramingando do olho furado ao nariz inchado.
Duas pernas de alfinete cambaleiam sob a massa.
Gravemente púrpura, a boca espetada num gemido,
Deixou de manter a casa, e toda a discrição -
Eu mesmo, eu mesmo! - obsceno, lúgubre.
Melhor o olhar directo do idiota,
O rosto de pedra do homem que não sente,
O veludo esquivo do hipócrita:
Melhor, melhor e mais aceitável
Aos filhos tímidos, à senhora da rua.
Ó Édipo. Ó Cristo. Usaste de mim mal.




The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath 
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

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