Tu És

Como um palhaço, o mais feliz em tuas mãos,
Pés apontados às estrelas, e com caveiras de lua,
Dourado como um peixe. Um senso comum, 
Polegares para baixo desaprovam o modo do dodô.
Envolto em ti mesmo como um carretel,
Arrastando-te no escuro como as corujas fazem.
Mudo como um nabo do Quarto
De Julho até todas as festas do Dia do Louco,
Ó arranha-céus, meu pequeno pão. 

Vago como o nevoeiro, procurado como uma carta.
Mais longe do que a Austrália.
Atlas de dorso curvado, o nosso camarão viajado.
Confortável como um um botão em casa,
Como uma espadilha numa jarra de picles.
Uma caixa de enguias, todas ondulantes.
Agitado, como um feijão mexicano.
Certo, como uma soma bem feita.
Uma ardósia em branco, com o teu próprio rosto.




The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath 
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

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