Incomunicado
A marmota não correu na montanha
Mas gorda afundou-se na larga samambaia
E encarou-me, de regresso a uma elevação de terra, para chocalhar
Os seus dentes de roedor amarelados como castanholas
Contra mim quando me curvava, nada trocaria
Por aquele som ou cauteloso gesto
De amor: garras preparadas, à distância, moeda de câmbio, não dela.
Esses encontros nunca ocorrem em março
Onde as marmotas que conhecem o amor, no regresso voltam a unir-se ,
Onde falar com franqueza é a regra, seja caloroso ou hostil,
Que nenhum abrupto animal interpreta mal.
De que graça caí. As línguas são estranhas,
Os sinais nada dizem. O falcão que falou claramente
A Canacee, grita sem sentido para rudes ouvidos.
The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa