Magos

As abstracções pairam como enfadonhos  anjos 
Nada tão vulgar como um nariz ou um olho
Dominando as lacunas etéreas de seus rostos ovais. 

A sua brancura não é associada à roupa lavada,
Neve, giz ou algo semelhante. Eles são
A coisa real, tudo bem: o Bom, o Verdadeiro - 

Salutar e puro como a água fervida,
Sem amor como a tabuada.
Enquanto a criança sorri no ténue ar. 

Seis meses no mundo, e é capaz
De abanar quatro vezes uma rede
acolchoada.
Para ela, a noção pesada do Mal 

Cuidar do seu berço é menos do que uma dor de barriga,
E Amo a ama de leite, sem teoria.
Falham a sua estrela, esse popular deus de papel. 

Querem o berço de algum Platão com
cabeça de lâmpada.
Que assombrem o coração dele com os seus méritos.
Que criança floresceu em tal companhia?




The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath 
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

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