Mulher Sem Filhos

O útero
Sacode o seu casulo, a lua
Liberta-se da árvore sem ter lugar onde ir. 

A minha paisagem é uma mão sem linhas,
As estradas agrupam-se em nó,
O nó de mim mesma, 

Eu mesma, a rosa que alcançaste -
Este corpo,
Este marfim   

Ímpio como o grito de uma criança.
Como uma aranha, vou tecendo espelhos,
Leal à minha imagem, 

Dizendo nada além do sangue -
Prova-o, vermelho escuro!
E a minha floresta 

O meu funeral,
E esta colina e esta
Cintila com a boca de cadáveres.




The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath 
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

Mais poesia...

Carta de Amor

Senhora Lázaro

Solstício Móbil de Verão

Os Doentes Sociáveis