Bocas de ouro choram
Bocas de ouro choram
Bocas de ouro choram com o novo verde
certamente do menino de bronze
lembrando mil outonos
e como cem mil folhas
deslizaram pelas suas espáduas
persuadidas pela heroica razão de bronze.
Ignoramos o advento da condenação do ouro
e somos felizes nesta estação brilhante do metal.
Até os mortos riem entre as vergas-de-ouro.
O menino de bronze está de joelhos há séculos,
e nunca se lamenta,
lembrando mil outonos,
com a luz do sol de mil anos sobre os lábios
e os olhos cegando com as folhas.
The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa