Bondade
A bondade desliza pela minha casa.
Dama Bondade, ela é tão amável!
As jóas azuis e vermelhas dos seus anéis fumegam
Nas janelas, os espelhos
Estão a crescer de sorrisos.
O que é tão real como o choro de uma criança?
O choro de um coelho pode ser mais selvagem
Mas não tem alma.
O açúcar pode curar tudo, diz a Bondade.
O açúcar é um fluído necessário,
Os seus cristais são um pequeno cataplasma.
Ó bondade, bondade
Recolhendo docemente os pedaços!
As minhas sedas Japonesas, borboletas
desesperadas,
Podem ser cravadas a qualquer minuto, anestesiadas.
E aí vens, com uma chávena de chá
Envolto em vapor.
O jacto de sangue é poesia,
Não há como pará-lo.
Dá-me dois filhos, duas rosas.
The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa