Místico

O ar é um moinho de ganchos -
Questões sem resposta,
Brilhante e bêbado como moscas
Cujo beijo insuportavelmente dói
Nos úteros fétidos de ar negro sob os pinheiros
no verão. 

Recordo
O cheiro morto do sol nas cabines de madeira,
A rigidez das velas, os longos lençóis sinuosos de sal.
Depois de ver Deus, qual é o remédio?
Uma vez que alguém foi arrebatado 

Sem sobrar qualquer parte,
Nem um dedo do pé, nem um dedo, e usado,
Usado totalmente, nas conflagrações do sol, as manchas
Que se alongam de antigas catedrais
Qual é o remédio? 

A pílula do comprimido da Comunhão,
A caminhada junto à água parada? Memória? Ou recolher as peças brilhantes
De Cristo nas faces dos roedores,
Os domesticados roedores de flores, aqueles 

Cujas esperanças são tão poucas que se sentem confortáveis ​​-
A corcunda em sua pequena cabana lavada
Sob os raios da clematite.
Não existe o grande amor, apenas ternura?
O mar lembra 

Aquele que caminha sobre ele?
Significando a fenda das moléculas.
As chaminés da cidade respiram, as janelas
transpiram,
As crianças saltam em suas camas.
O sol floresce, é um gerânio. 

O coração não parou.




The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath 
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

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