Purdah

Jade -
Pedra lateral,
O agonizado 

Lado de Adão verde,
Sorrio, de pernas cruzadas,
Enigmática, 

Movendo a minha claridade.
Tão valioso!
Como o sol lustra esse ombro! 

E deveria
A lua minha
Prima infatigável 

Erguer-se, com a sua palidez cancerosa,
Arrastando árvores -
Pequenos pólipos espessos, 

Pequenas redes,
A minhas visibilidades ocultam-se.
Cintilo como um espelho. 

Neste relance chega o noivo
Senhor dos espelhos!
É ele mesmo que guia 

Entre essas telas
De seda, acessórios que murmuram.
Respiro e a boca 

Agita o véu, a sua cortina,
O meu olho
É o véu

Um véu de arco-íris.
Pertenço-lhe.
Mesmo em sua 

Ausência, 
Revolvo-me em meu
Debrum de impossíveis, 

Inestimável e silenciosa
Entre esses periquitos, araras!
Ó tagarelas 

Servidores de cílios!
Devo libertar
Uma pena, como o pavão. 

Servidores de lábios!
Devo libertar
Uma nota 

Quebrando
O lustre
De ar que voa todo dia 

Os seus cristais
Um milhão de ignorantes.
Servidores! 

Servidores!
E em sua próxima etapa
Devo libertar 

Devo libertar -
A pequena jóia
Boneca que guarda como um coração - 

A leoa,
O grito no banho,
O manto de buracos.




The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath 
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa 

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