Um Segredo
Um segredo! Um segredo!
Como é superior.
És azul e grande, um policia de trânsito,
Segurando uma folha de palma -
A diferença entre nós?
Tenho um olho, tens dois.
O segredo está gravado em ti,
Esvaído, marca d'água ondulante.
Será mostrado no preto detector?
Vai sair
Ondulado, indelével, verdadeiro
Da girafa africana em sua vegetação de Éden,
O hipopótamo Marroquino?
Olham de um babado quadrado rígido.
São feitos para exportar,
Um tonto, o outro tonto.
Um segredo ... um âmbar extra
Dedo de conhaque
Empoleirando-se e arrulhando "Tu, Tu"
Atrás de dois olhos que nada reflectem,
excepto macacos.
Uma faca que pode servir
Para aparar as unhas,
Para alavancar a sujeira.
"Não vai doer."
Um bébé ilegítimo -
Aquela grande cabeça azul -
Como respira na gaveta da secretária
- Isso é lingerie, bichinho?
"Tem cheiro de bacalhau salgado, é melhor que
Craves alguns dentes de alho numa maçã,
Faças uma bolsa aromática ou
Te livres do bastardo.
- Acabar com isso de vez.
"Não, não, não ele é feliz aí."
'Mas ele quer sair!
Olha olha! Está a querer gatinhar."
Meu Deus, lá se vai a rolha!
Os carros na Place de la Concorde -
Atenção!
Uma debandada, uma debandada!
Buzinas redopiantes e guturais da selva!
Uma garrafa de cerveja preta explodida,
Espuma frouxa no colo.
Tropeças para fora,
Bébé anão,
A faca nas tuas costas.
"Sinto-me fraca."
O segredo é revelado.
The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa