Árvores de Inverno
As tintas húmidas do aurora fazem dissolver o azul.
No seu mata-borrão de névoa as árvores
Parecem um desenho botânico -
Memórias crescendo, anel sobre anel,
Uma série de casamentos.
Desconhecendo abortos e putarias,
Mais verdadeiras que as mulheres,
Semeiam tão facilmente!
Testando os ventos, sem pés,
Até a cintura na história -
Cheias de asas, de outro mundo,
Nisso, são Ledas.
Ó mãe das folhas e doçura
Quem são essas pietás?
As sombras das pombas cantam, mas não facilitam nada.
The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa