Morte & Co.
Dois, é claro que são dois.
Parece perfeitamente natural agora -
Aquele que nunca olha para cima, cujos olhos estão fechados
E enrolados, como os de Blake,
Que exibe
As marcas de nascença que são a sua marca registada -
A cicatriz escaldante da água,
O nu
Verdete do condor.
Sou carne vermelha. O seu bico
Aplaude de lado: não sou dele ainda.
Diz-me quanto mal fotografo.
Diz-me como tão doces
São os bébés no seu hospital,
Um frigorífico, um simples
Colarinho no pescoço,
Em seguida, as batidas do seu Jónico
Vestuário de morte,
Em seguida, dois pézinhos.
Não sorri nem fuma.
O outro faz tudo isso,
O seu cabelo comprido e plausível.
Filho da puta
Masturbando-se com glamour,
Quer ser amado.
Não me excito.
A geada faz uma flor,
O orvalho faz uma estrela,
O sino morto,
O sino morto.
Alguém está acabado.
The Collected Poems | Sylvia Plath
© 1981 The Estate of Sylvia Plath
Editorial material © 1981 Ted Hughes
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa