O Detective
O que estava ela a fazer quando explodiu Sobre as sete colinas, o sulco vermelho, a montanha azul? Estava a arrumar as chávenas? É importante. Estava à janela, escutando? Naquele vale, os guinchos do trem ecoam como almas em anzóis. Esse é o vale da morte, embora as vacas prosperem. Em seu jardim, as mentiras sacudiam as suas sedas húmidas E os olhos do assassino movendo-se como uma lesma e de lado, Incapaz de enfrentar os dedos, egoístas. Os dedos estavam a socar uma mulher na parede, Um corpo num cano e a fumo a crescer. Este é o cheiro de anos queimando, aqui na cozinha, Esses são os enganos, pregados como fotos de família, E este é um homem, olha para o sorriso dele, A arma mortal? Ninguém está morto. Não há corpo algum na casa. Há o cheiro de graxa, há tapetes felpudos. Há a luz do sol, tocando as suas lâminas, Bandido entediado numa sala vermelha Onde o rádio fala consigo mesmo como um parente idoso. Veio como uma flecha, como uma faca? Qual dos venenos uti...